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Joel Silva Direto ao Assunto: É o bicho

Já disse, em mais de uma ocasião, que minha liberdade editorial sempre foi meu cartão de visitas. “O cara que comenta sobre tudo”, “o cara que pergunta tudo”, “o cara que não foge dos temas”, e sempre frisei, tudo, exceto jogo do bicho.

É um tema que realmente sempre me deu calafrios.  

Sou do futebol e todo mundo sabe. Embora corinthiano, por admiração ao Flamengo, sempre acompanhei o futebol carioca. E lá havia um time chamado Bangu, que só era grande por causa de um homem chamado Castor de Andrade, influente também na política e até na segurança pública. Deem um Google aí e me poupem de explicar o poder desse senhor simpático e bonachão.

 Voltando às terras guaicurus, se você deu aquele Google já deve ter entendido quem é a nossa versão Castor de Andrade e, provavelmente, o porquê do meu receio em comentar sobre. A desgraça é que as ramificações desse tema “infalável” sempre estiveram na política, no futebol, e na segurança pública – judiciário é um capítulo à parte – e o pior, são justamente essas as minhas praias.

 Confesso que foi uma ginástica absurda comentar sobre esses assuntos e driblar o bicho papão.  Hoje, todo mundo fala abertamente da “cobra morta”, eu continuo atento e de boca fechada. Tá bom, quase de boca fechada. Porém, com dedos controlados ao digitar.

 Mas, como sempre gosto de deixar aquela pitadinha, que nem sempre é “direto ao assunto” – embora o ditado que diz que “um pingo é letra” nos leve a conclusões um tanto quanto alvissareiras – vamos lá.

 O julgamento do século acabou, os familiares de poucas vítimas estão aliviados e os demais têm a impressão que se para eles não foi justiça direta, indiretamente os culpados, ou grande parte deles, estão pagando pelos crimes cometidos, e como só temos uma vida, as penas devem tirar boa parte da existência dos condenados.

 Acabou??

 Obviamente que se terminarem de julgar os crimes, que já estão com seus processos finalizados, sim. Já temos uma sensação de justiça, de virada de página. Agora, se vão continuar a investigar como tudo se dava em tempos sombrios e não tão distantes, poderemos abrir armários dignos de tumbas amaldiçoadas de faraós do Egito. E aí vocês vão de novo me impedir de comentar livremente sobre futebol, política e até segurança pública. E claro, aumentam meu capítulo do judiciário.

 Querem um conselho? Virem a página, não percam essa oportunidade ímpar de fazer de conta que tá tudo resolvido. 

Por Joel Silva

 

 

 

 

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